30.12.09

Novos Talentos Fnac Fotografia 2009

Depois de alguma controvérsia relativamente ao adiamento do prazo de entrega dos trabalhos para os "Novo Talento Fnac Fotografia de 2009", finalmente são conhecidos os escolhidos pelo júri.
Miguel Godinho foi o único Vencedor, com um projecto que fala através das imagens da necessidade que o Homem tem de se ligar com a natureza em todo o percurso do seu quotidiano, mesmo que essa natureza não seja real, mas apenas uma alusão à mesma.
Miguel Proença e Cátia Alves foram os artistas premiados com uma Menção Honrosa, com os projectos "Los Agarradores" e "Um dia pergunto o teu nome", respectivamente.
“Mimesis é a arte de reproduzir, de imitar, de tomar por modelo, de assemelhar, de falsificar. Mimesis parte da relação entre o Homem e a natureza, da necessidade que o Homem sente em criar espaços e objectos numa tentativa de copiar a própria natureza através de reproduções artificiais.” Miguel Godinho, Mimesis

© Miguel Godinho


“Não são retratos de um indivíduo porque neles, por muito que se incluam muitas variações, nunca se consegue aglomerar um Eu, são antes retratos da nossa pluralidade, identidades globais dispostas em catálogo.” Cátia Alves, Um Dia Pergunto o Teu Nome

© Cátia Alves

“Desde a Idade do Bronze que os galegos se ocupam de adestrar as bestas. A existência de manadas selvagens nas montanhas, dá lugar a um dos espectáculos mais genuínos sobre a lida destas gentes do campo que, cada Verão, se exibe nos montes para, com gritos guerreiros, obrigar os cavalos a descer das montanhas aos vales.” Miguel Proença, Los Agarradores


© Miguel Proença


24.6.09

Olhares diferentes sobre o Mercado do Bom Sucesso


Mercado do Bom Sucesso


Olhares diferentes sobre o Mercado do Bom Sucesso
Com esta exposição colectiva quisemos contrapor diversos olhares sobre um importante equipamento da nossa cidade: o grande mercado de frescos, projectado em 1949 pelos arquitectos Fortunato Leal, Cunha Leão e Morais Soares, na zona da Boavista: o Mercado do Bom Sucesso. Embora próximo deste início de século, este mercado é um ícone excepcional a par de outros edifícios identitários da nossa cidade, quer pelas suas qualidades plásticas, quer como exemplo da arquitectura da época que reflecte as influências do Movimento Moderno, quer finalmente como uma memória dum espaço de mercado com vivências múltiplas na Cidade do Porto.
Há uma primeira série de fotografias – Espaço arquitectónico e vivências - que está mais próxima do mundo da arquitectura porque o olhar do fotógrafo é o de alguém que possui uma maior intimidade com o desenho dos edifícios e a forma como estes se relacionam com o contexto urbano. É uma proximidade que, naturalmente, também traduz perspectivas diferentes de acordo com os objectivos e o perfil do fotógrafo e onde também encontrámos um olhar sensível que tenta compreender as pessoas que usam e trabalham o espaço de mercado. Isto não deve surpreender porque em muitos dos trabalhos de fotógrafos de referência nós também detectámos estilos e propósitos diversos. Nesta série de fotografias, um primeiro grupo de imagens procura um olhar que é uma exploração do que refere Eric de Maré [1] “the photographer is perhaps the best architectural critic, for by felicitous framing and selection he can communicate direct and powerful comments both in praise and protest”. Isto significa que as fotografias deste grupo procuraram claramente investigar e dar “força” a um conjunto de características plásticas e perspécticas que a arquitectura do mercado do Bom Sucesso possui. Na verdade, nós manipulámos propositadamente a visão monocular da fotografia, no sentido referido por Stephen Shore [2], para melhor desvendar relações espaciais que antes não eram tão visíveis: o olhar do fotógrafo selecciona a localização e direcção de câmara para que isso aconteça. Existe ainda nesta primeira série um segundo grupo de fotografias que tenta comunicar as vivências e os diferentes tipos de uso que o mercado do Bom Sucesso actualmente integra, um pouco como Maré fez relativamente aos canais Ingleses. Neste segundo grupo existe também um conjunto de imagens que explora diferentes níveis de abstracção e capta os diferentes ambientes do mercado, manipulando de forma combinada ou isolada a luz, o espaço e o movimento das pessoas. As palavras-chave, nesta primeira série, estão ordenadas numa escala que relaciona a arquitectura do Mercado do Bom Sucesso com diferentes leituras do espaço e diferentes níveis de abstracção: Espaço, Elementos, Pormenor, Luz, Cor, Ambiente, Vivências. Na segunda série de fotografias – Espaço subjectivo - os mesmos espaços e edifícios surgem agora mais como signos artísticos e culturais, deixando transparecer um universo de preocupações que não está só dirigido para o mundo da arquitectura tradicional. É um olhar assumidamente subjectivo que utiliza o tema e a matéria da arquitectura para comunicar algo mais do que é comum em fotografias de arquitectura . Existe, assim, um primeiro grupo de imagens pertencente a esta série cuja ênfase é na natureza deserta, abandonada e esquecida que os espaços e ambientes do Mercado de Bom Sucesso transparecem. Aqui as palavras-chave são Desolação, Isolamento, Abandono, Ausência. Num outro registo , existe um segundo grupo de imagens também desta série que é manipulado digitalmente, (re)criando os espaços do mercado através de composições e montagens onde a simetria, a repetição e a cadencia são utilizadas de forma a explorar a sensação de imensidão, a passagem lenta do tempo e os diferentes ritmos daquele sublime espaço. Procurou-se, neste quarto grupo de fotografias, explorar determinadas variáveis que minassem a natureza mimética e cartesiana da representação do espaço e do tempo. Aqui as palavras-chave são Subversão, Simetria, Cadência, Tempo.


Notas bibliográficas [1] Eric de Mare, ‘Eric de Mare: architect, photographer, writer’, National Monuments Periodical, 2007; http://viewfinder.english-heritage.org.uk/story/intro.aspx?storyUid=73 [2] Robert Elwall, Building with light, London, 2004. [3] Gabriele Basilico, Arquitectura em Portugal : um roteiro fotográfico, Porto, 2006. [4] Stephen Shore, The Nature of Photographs, New York, 2007. [5] Gloria Moure, ed, Architecture without shadow, Barcelona, 2000. [6] Katherine Westerhout, ‘Katherine Wesrhout: Photographer’, 2007; http://www.katwest.com/ [7] ANNI GÜNTHER Nonell; TAVARES, Rui (1992). O mercado do Bolhão : estudos e documentos. coord. Anni Gunther Nonell ; org. Centro de Estudos da FAUP;. Porto CMP.

Curadoria: Pedro Leão Neto
Fotografia: Tiago Casanova; Frederico Campos; Clara Vale; Vantage point; Bluelion

Links
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=321
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=326
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=324
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=327
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=328
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=325




14.6.09

Re(descobrir) o genius loci do mercado do Bolhão


Mercado do Bolhão

A imagem e o som podem ser importantes instrumentos de representação e comunicação porque são capazes de resgatar a história esquecida de muitos dos espaços e dos edifícios identitários da nossa cidade e do nosso modo de ser. Com este trabalho quisemos (re)descobrir a realidade histórica, social e cultural de um espaço emblemático da nossa cidade: o mercado do Bolhão.

Acreditamos que assim estamos a contribuir para restabelecer o diálogo com a história que identifica e caracteriza a nossa cidade, contribuindo para preservar o sentido de pertença dos tripeiros e mostrando como a arquitectura e vivência deste lugar possui um importante significado existencial.

É dada uma nova voz à alma – o genius loci - que este espaço, actualmente degradado e subaproveitado, ainda possui. A fotografia, o vídeo e o desenho foram utilizados simultaneamente com disciplina e imaginação, o que permitiu criar diversas narrativas gráficas e tornar de novo “visível” o espírito que anima este lugar e que está impregnado nos materiais, texturas, cores e luzes da sua arquitectura e nas actividades e gentes que ainda visitam e trabalham neste mercado. Uma forma disciplinada de observar e registar uma realidade social e arquitectónica de um espaço que actualmente é objecto de uma proposta de intervenção e reabilitação urbana.

As imagens jogam com diversas escalas qualitativas e com níveis de abstracção diferenciados, variando de acordo com o perfil do fotógrafo e das características dos espaços. Determinado conjunto de fotografias podem ser lidas como dípticos, porque contrapõem lado a lado diversos olhares sobre o mesmo espaço obrigando o espectador a questionar o conjunto das imagens e a tentar adivinhar as suas Estórias.

Estivemos especialmente atentos à diversidade de factores sociais e arquitectónicos destes espaços, observando de forma crítica a riqueza que lhes assiste, os vários níveis de interacção das pessoas com o espaço e a forma como eles são caracterizados em termos de luz, de detalhes e de vistas.

O mercado do Bolhão é um dos mercados mais emblemáticos da cidade do Porto e foi mandado construir pela Câmara Municipal do Porto em 1837. No entanto, só em 1914 o mercado foi transformado no que é hoje pelo arquitecto António Correia da Silva (1880-?). Ocupando todo um quarteirão o Mercado do Bolhão apresenta planta rectangular alongada, com linhas arquitectónicas próximas do neoclássico, aproximando-se do estilo do arquitecto José Marques da Silva (1869-1947).

Curadoria: Pedro Leão Neto
Fotografia: Tiago Casanova e Frederico Campos
Vídeo: Ricardo Gil Pereira, Mafalda Mendonça e Diogo Real
Desenho: Marcos Maia, André Prata, João Gaspar, David Porcher e Mónica Silva


http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=277
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=279

7.6.09

Um "outro olhar" sobre a identidade das 14 Faculdades da U. Porto



Um "outro olhar" sobre a identidade das 14 Faculdades da U. Porto"

O trabalho de fotografia – Um "outro olhar" sobre a identidade das 14 Faculdades da U. Porto – concebido por um grupo de alunos constituído por elementos pertencentes a diversas Faculdades foi pensado de forma a inaugurar em simultâneo com e no E-Learning Café durante o ano lectivo de 2007 / 2008. Este lugar é um espaço universitário que favorece e incentiva diversos tipos de interacção de grupo, de socialização e de estudo, promovendo a troca interdisciplinar de conhecimento e de experiências. A exposição de fotografia pretendeu simbolizar a importância que os estudantes possuem como principais utilizadores daquele novo espaço. Pretendeu-se também mostrar que a Universidade do Porto é composta por uma grande diversidade de lugares e de pessoas e que isso é uma das razões que explica a sua imensa diversidade, riqueza humana e capacidade de trabalho. A localização das fotografias e os formatos que lhe deram suporte foram escolhidos de forma a tirar o melhor partido das características espaciais do E-Learning Café e de ir ao encontro das ideias chave que a exposição pretendia transmitir.
As imagens foram organizadas em dois grandes grupos. Um primeiro grupo, apresenta um olhar mais espacial e iconográfico sobre cada Faculdade. As fotografias recortam no campo visível dos espaços de cada edifício universitário um olhar que capta as suas arquitecturas e os seus lugares.
Existe um significativo interesse e familiaridade relativamente às questões espaciais e as fotografias tentam surpreender o olhar convencional do espectador ao desenharem novas perspectivas sobre os edifícios e os lugares que retratam. A configuração espacial e a linguagem formal dos espaços são comunicados simultaneamente através do olhar concreto, mas também poético da arquitectura.
Isto significa comunicar a arquitectura como objecto construído e também como signo e representação que caracteriza, dá forma e aponta o futuro da U. Porto.

Um segundo grupo, situado no primeiro piso, localizado na sala de Chillout, comunica um olhar mais subjectivo sobre cada um dos espaços das Faculdades. As diversas imagens, dispostas de forma a tirarem proveito da configuração espacial em meia-lua desta sala, criavam um friso panorâmico que procura va desvendar as diferentes perspectivas, experiências e vivências que habitam em cada um desses lugares. Uma visão atenta que capta as diversas coreografias de gestos e situações derivados do experienciar e da vivência desses espaços pelas pessoas que lá trabalham e estudam. O carácter de cada lugar era assim transmitido através de um olhar imagético que abria novas possibilidades no universo do visível, dando força e realidade ao que comummente pode passar despercebido.

CURADORIA: Pedro Leão Neto
FOTOGRAFIAS DE:
Rita Gouveia; Marcos Maia; André Prata;Eduardo Vieira;João Coelho; Frederico Soares; Tiago Casanova


http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=81
http://web.ccre.arq.up.pt/projectos/show.php?projecto_id=85

2.6.09

Menção honrosa - Concurso de Fotografia FAUP 2009



Canastros

Tiago Pinheiro Dias, que frequenta o curso de fotografia na ESAP, é o jovem talento ao qual o júri da primeira edição do prémio FAUP de Fotografia de Arquitectura atribuiu uma menção honrosa pelo seu trabalho intitulado "Canastros. O júri era composto pelo fotógrafo Luís Ferreira Alves, pelo arquitecto José Salgado e pela professora Tereza Siza e assessorado por Tiago Casanova, representando a organização.


O conjunto das 6 imagens da série “Canastros” realiza um interessante e duplo trabalho de dialéctica visual. Estou a referir-me, por um lado, ao trabalho subtil de contraposição, em cada uma das 6 imagens, do artefacto caótico e descaracterizado do acrescento, no nível térreo, relativamente à traça vernacular, repleta de carácter que qualifica o canastro, tornada possível devido ao conhecimento popular das técnicas de construção e ao emprego tradicional de matéria-prima da região. Este mesmo exercício de dialéctica visual desenvolvido no interior de cada imagem pode ser detectado em diversos autores de referência como, por exemplo, na célebre fotografia de Shulman: Case Study House #. Se repararmos, na mesma fotografia, Shulman consegue estabelecer um poderoso contraponto visual entre a vista distante de Los Angeles e a representação do interior da casa. Por outro lado, Tiago Dias ao utilizar esta série, repetindo o tipo arquitectónico do canastro em diversas localizações, conseguiu mostrar que existe lugar para a variação neste tipo de estrutura tipológica muito definida. Aqui, a sua ligação ao trabalho de Bernd e Hilla Becheriii, iv sobre a arquitectura industrial Alemã é mesmo muito forte, porque eles também mostram como o mesmo tipo de arquitectura industrial varia conforme o seu contexto geográfico específico.

A narrativa visual de “Canastros” é realmente muito próxima da gramática visual da obra dos Becher caracterizada por um ponto de vista central, pelas vistas neutrais, pelo emprego de um mesmo ângulo de visão directa e pelo carácter metódico (taxonomia da arquitectura industrial vernácula) das suas séries. No entanto, como foi explicado, existe no trabalho de Tiago Dias simultaneamente características muito próprias que fazem com que a sua narrativa visual seja algo mais do que apenas a adopção da visão e do modelo do casal Becher.

Aconselho, vivamente, a todas as pessoas com interesse pela disciplina de fotografia a visitarem a exposição dos 10 trabalhos finalistas do Prémio que está patente no Museu da FAUP. A propriedade dos trabalhos que foram seleccionados entre os noventa e três conjuntos de fotografias entregues são realmente um exemplo de trabalhos em fotografia de qualidade e relacionado com arquitectura.

22.5.09

Abandoned: Joni Sternbach


A great photograph is one that fully expresses what one feels, in the deepest sense, about what is being photographed.
Ansel Adams


Joni Sternbach é uma interessante fotógrafa americana com um Master in Arts. Photography - 1987 New York University/International Center of Photography . Foi responsável, no ensino privado e oficial, pela condução de diversos workshops versando técnicas memoráveis na revelação de fotografia, mais especificamente no processo chamado Wet Plate Collodion. Isto significou, entre outras coisas, a não utilização de câmara ou laboratório digital e a obtenção de imagens com características formais vizinhas das que podemos encontrar nas fotografias obtidas por processos de revelação utilizados no passado. É actualmente instrutora adjunta na área do ensino da Arte na Universidade de Nova Iorque, estando os seus trabalhos patentes em diversas publicações, galerias e variados programas e eventos, sendo uma das fotógrafas seleccionadas no Festival de Fotografia de Nova Iorque em 2009.

O seu trabalho dos últimos anos tem-se caracterizado por uma exploração muito particular dos temas da fotografia de paisagem, costa marítima e arquitectura. Trabalhando com câmaras de grande formato e com processos de revelação históricos, as suas fotografias exploram o factor tempo e a forma como este marca e transforma os objectos e as pessoas. Joni Sternbach interessou-se, assim, por tudo aquilo que, de forma significativa, tivesse uma existência caracterizada por um constante estado de transformação “At this juncture between land and sea, I explore subject matter in a constant state of transition.”

O formato de 8” por 10” permite a J. Sternbach transmitir muito bem a imensidão dos locais de praia das costas Este e Oeste americanas e, desta forma, as imagens dos diversos surfistas e artefactos naturais ou arquitectónicos “abandonados” nestas orlas marítimas são fotografias muito transparentes, com grande profundidade de representação e uma poética muito particular. Repare-se também como a força da maior parte das fotografias, quer versem sobre as pessoas ou os objectos arquitectónicos, nasce do interior de cada imagem e para o facto de a moldura dessas fotografias ser quase sempre passiva. Esta gramática visual foi utilizada com mestria para dar importância aos objectos que são o centro da atenção da fotógrafa e simultaneamente dar força aos elementos naturais e comunicar a vastidão da envolvente constituída por mar, praia e rocha. É também interessante notar como a técnica e as características do processo “wet plate” - o emulsionamento da placa de vidro e a revelação, no próprio local da foto, logo após o click - foram utilizadas com sucesso pela artista. Não só todo o material e procedimento fotográfico inerente a este processo foi um factor de aproximação e sociabilização com os surfistas, como também o grande formato permitiu a J. Sternbach reforçar a sua visão particular e poética sobre estes espaços e as pessoas que com eles interagiam. Estou a referir-me especificamente à aparência artesanal e rude com que este processo de revelação caracteriza as fotografias, o que permitiu a J. Sternbach brincar de forma deslumbrante e imprevisível com a luz nas diversas situações retratadas e comunicar a intemporalidade daqueles elementos e situações em constante transformação. Na verdade, o facto de a revelação obrigar o fotógrafo a um cálculo de tempo de exposição artesanal juntou um importante factor “mágico” de surpresa ao resultado final.


Enfim, um conjunto de narrativas visuais de grande força poética e existencial sobre a presença humana no espaço natural e que explora os vestígios da passagem do tempo e da transformação constante dos objectos.